No começo do ano tirei uns dias de folga e fui curtir a praia. As tão merecidas férias tinham chegado e eu esta
va pronta para aproveitar cada instante de descanso que eu tanto gosto!
Os dias lá foram ótimos mesmo com chuva e pouco Sol. Só de ficar perto do mar e sentir a maresia, ver a natureza, curtir um ritmo mais lento de aproveitar o momento e estar com a família valeu muito! Eu realmente me senti renovada!
A casa era uma delícia e na área externa tinha uma grande mesa onde nos reuníamos para comer e conversar. Estávamos organizando tudo para mais um almoço quando vi um de meus irmãos sentado à mesa com o olhar distante e a cabeça apoiada na mão, aquela típica expressão de pensador.
Quando me aproximei fui certeira na pergunta: Está pensando na vida? E ele com muita tranquilidade me respondeu que não. E que na verdade ele nunca pensa na vida, como uma referência ao passado. Logo em seguida veio uma dúvida e ele pensou que talvez fosse importante pensar na vida. Será? Nos entreolhamos e ficamos por um instante em silêncio.
E ele continuou: meu pensamento agora está apenas em saber se a tarde vai ter onda para eu surfar, esse é meu único pensamento.
Eu que sempre achei que o meu irmão por toda sua responsabilidade profissional e pessoal passava boa parte do tempo pensando em todas as suas questões fui completamente surpreendida por essa resposta simples que me fez avaliar o quanto eu penso sobre a minha vida e, principalmente, sobre questões que muitas vezes não tenho mais capacidade para mudar.
Somos seres únicos e diferentes e a cabeça de cada um tem seu próprio jeito de funcionar, mesmo quando temos a mesma criação. Isso porque a mente vai se formatar através das nossas experiências individuais, de nossos valores e crenças e de como interpretamos a realidade, cada um com seu próprio olhar.
"A sabedoria da vida consiste em eliminar o que não é essencial." Lin Yutang
Cada vez mais eu sinto que pensar na vida, seja nas experiências passadas ou nos planos para o futuro, é importante para organizar as ideias, reavaliar e ressignificar as vivências anteriores, buscar informações e criar moldes mentais mais assertivos e coerentes. Uma forma de aprender consigo mesmo, de valorizar o caminho que foi percorrido, recalcular alguma
rota que não tenha mais sentido e dar espaço para novas oportunidades.
Confesso que depois dessa breve conversa passei a observar o quanto de energia eu gasto pensando em situações vividas e que não podem ser mais alteradas ou em possibilidades futuras que eu não tenho controle. Tudo isso mexe com a gente, cria movimentos internos de emoções que impactam diretamente na mente. Se esse fluxo de pensamentos e emoções se tornarem constantes e intensos podem gerar estados de ansiedade e estresse e aí entramos num ciclo vicioso sem fim.
A minha grande aliada para lidar melhor com essa intensidade do pensar na vida é a meditação. É durante a minha prática pessoal que eu me recolho, me observo e busco ressignificar o mundo interno para ter mais clareza e lucidez em minha vida. É um momento de encontro e harmonia. É uma maneira de cada vez mais estar presente. É o momento da minha pausa.
Se você me acompanhou até aqui, obrigada. :)
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